Tenho os livros dos meus príncipes mais velhos (alguns) à venda na net. Um dia desta semana, à noite, recebo uma chamada de alguém interessado nos livros de português do 5º ano. Uma chamada sui generis no mínimo. Atendo, após vários toques dados. Dava dois toques desligava. Dava mais dois, desligava. À terceira tentativa, atendi logo no primeiro toque.

Atendo. Fala uma senhora, que começa a balbuciar:

"Estou a falar com... com... com... tem livros à venda na net?! (a medo)"

Confirmei, e a senhora indicou que estava interessada nos livros de português. Confirmei que ainda os tinha para venda. Silêncio (aliás, foi uma chamada cheia de silêncios).

Depois atira:

"Está a fazer isto muito caro! Não pode baixar o preço?" "Já são usados..."

Espera, ninguém disse que eram novos... Saiu um NÃO. Se fosse mais simpática, se calhar teria a simpatia de retorno!!!

Ao que ataca:

"Já ouviu falar dos bancos de livros?", "... as pessoas ainda não estão bem informadas e sensibilizadas sobre os bancos de livros...", "... não pensou nisso?" Espera, eu estou a VENDER, NÃO A COMPRAR... porque não recorre ela ao banco de livros? Para que me liga à noite? Não tem mais que fazer, nem mais quem a ature? Mantive a compostura, o meu cérebro era um ser pensante que atribuía imensos nomes à senhora...
"Pois, podia ter ido trocar os livros a um banco de livros" - Mas, esta "pi" ligou para me chatear ou interessada nos livros?!?
"Sabe, eu sou de longe de si. Moro em Coimbra...", "Teria que me enviar por correio! E se ficasse o valor já com os portes incluídos?" Ao que respondi que não, que o valor era aquele e que teria que pagar os portes à parte...
Bem, ficámos assim!
Já agora, os livros já foram vendidos para o caso da senhora se lembrar um dia destes que não tem mais com quem falar e se lembrar de me ligar...