De casa do meu avô, da parte de trás, via um jardim que me prendia horas na sua observação. Um jardim romântico, com árvores grandes, buxos que delimitavam e desenhavam o jardim, chorões, uma palmeira enorme, o repuxo no centro, os bancos de jardim, as pérgulas, que na Primavera ficam cheias de flores. Sonhava em brincar, mais tarde descansar naquele jardim. Pertencia a uma casa senhorial de um médico. O jardim que durante anos me fez as delicias na sua observação. Poucas vezes (...)

Hoje dia dos avós. Conheci os pais do meu pai, mas nunca fui muito próxima deles, embora vivessem muito perto de nós, na mesma aldeia. Do lado da minha mãe só conheci o meu avô. O meu avô toda a vida foi alfaiate e vivia em Alcobaça. Embora um pouco mais longe era bem mais próxima do meu avô. Eu adorava o meu avô. Em pequena dava-lhe cabo das linhas, botões, que sempre foram a minha paixão desde pequena. Cresci a vê-lo fazer aqueles fatos tão perfeitos. Cresci a sentir o (...)

O Marco desafiou   Tive uma infância feliz, maravilhosa e cheia de boas recordações. Não há um bom momento, há vários bons momentos na minha infância. Um memória boa: eu muito pequenina, mas que adorava um gato que entrava na casa do meu avô. Dizem que o gato era bravo, mas eu conseguia-lhe vestir uma saia das bonecas. Não sei de quem era o gato, mas de vez em quando visitava a casa do (...)

  Alguém me dava uma moeda: a minha mãe ou o meu avô. Que felicidade. Feliz e contente, sempre de sorriso na cara, descia as escadas de casa do meu avô, e caminhava pelo passeio até 2 ou 3 portas depois.  Batia à porta. Uma simpática senhora recebia-me em sua casa. Que cheirinho! Em cima da cómoda da sala, mesmo à entrada, vários pratos com diferentes bolos. Ela levantava calmamente o pano que os cobria e deixava-me escolher. Escolhia um. Às vezes oferecia-o.  Não me lembro (...)

Talvez num dos piqueniques em que a família se juntava, com os amigos.  Anos 70, sem dúvida, bem visível na indumentária. Eu, com talvez 2/3 anitos, ao colo do meu querido avô.