Quando os filhos precisam mais dos pais
Quando os meus príncipes mais velhos foram para a creche, achei normal eu continuar a trabalhar. Na altura trabalhava em Guimarães e não sentia necessidade de estar sempre com eles. Por isso, trabalhar e os miúdos estarem na creche parecia-me normal. Não foi fácil, eu e o meu marido andávamos sempre a correr para gerirmos a família e ao mesmo tempo pudermos trabalhar normalmente.
Já trabalhava em Braga quando foram para a escola primária os 3 príncipes mais velhos. Mal o príncipe mais velho entrou para a escola senti logo que algo estava em falta, que deveria ter mais tempo para os filhos e de os puder ajudar mais.
Claro, não sendo rica, continuei a trabalhar, sem que essa necessidade ou falta fosse ultrapassada.
Voltei a sentir o mesmo, a impotência de apoio, quando o Afonso ingressou na escola primária.
Já o Mini teve mais sorte, porque entrou no 1º ano e alguns meses depois (a meio do primeiro ano) viemos para casa. O covid-19 trouxe-nos a todos para casa. Embora tivessem regressado à escola, eu continuei em teletrabalho. Senti uma diferença enorme no apoio que lhes poderia prestar.
No caso do Afonso, acho que ter a mãe em casa foi muito benéfico e mudou completamente a sua atitude perante a escola. Passou a estar na escola com outra confiança, outra segurança. Sabia que quando terminava a escola vinha para casa e podia brincar, estudar, estando acompanhado.
Aquilo pelo qual sofri durante anos foi minimizado com o covd-19. Tive a possibilidade de estar mais presente e não sair de manhã cedo e chegar, muitas vezes, já de noite.
Portanto, a fase em que senti que os meus príncipes precisavam mais de mim foi quando foram para a escola primária. Senti o mesmo com todos.