Todos os domingos de Verão lá íamos. O meu pai não gostava muito de praia, mas não dispensava a ida à praia todos os domingos. Mas só íamos a uma praia - São Martinho do Porto. Muitas outras havia bem mais perto de casa, mas o meu pai gostava de ir onde se sentia bem. Quase sempre ficávamos no mesmo lugar, mais próximo de Salir de Matos que propriamente de São Martinho do Porto.

O que subi para depois descer a correr as dunas. O que brinquei com aquela areia super fina. As corridas com as pulgas do mar. O mar meio-quente, em que em determinados pontos a água aquecia. A água milagrosa que se encontrava nas ruínas. A minha bóia que mais não era que uma câmara de ar, provavelmente cheia numa bomba de gasolina antes de chegar à praia. 

Por isso aquela baía para mim é sinónimo de calma, família e alegria. 

Adoro São Martinho do Porto, que pela sua bela baía está agora a candidatar-se a património da UNESCO. Uma candidatura que acompanho com orgulho. Um pedacinho de mim, dos meus lugares, a ser valorizado.