Anita já foi criança
Fui criança. Uma criança super feliz. Cresci numa pequena aldeia, onde pouco mais havia que espaço. Espaço verde para correr e imaginar.
Só fui para a escola aos 6 anos, até lá não tive na creche, mas tive os meus pais, as minhas irmãs e os amigos, que olhavam por mim, quando os meus pais ou irmãs não podiam. A escola era perto de casa, ia sozinha a pé e regressava. Quem não o fazia o mesmo naquela altura? No Natal via os brinquedos que eram colocados nas pequenas montras das duas lojas que ali existiam, e ficava ali a sonhar. Também os presépios e as árvores de Natal me fascinavam.
Nos Santos Populares eram feitas fogueiras em vários pontos da aldeia. Tentava corrê-las todas. O melhor mesmo era saltar à fogueira. A animação, as conversas, em noites quentes de junho.
Os bailaricos e as festas eram outro ponto alto da vida da aldeia.
Aos domingos as crianças juntavam-se no largo da associação e brincavam. Brincavam às escondidas, à apanhada, ao elástico ou à corda.
E, havia pirilampos... Pirilampos que nos faziam sair à noite para os ver.
Tive o necessário, desde o amor à atenção. Por esse motivo recordo a minha infância com tanta doçura.